O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou Aldenísia Carvalho dos Santos, 55 anos, e Naiana dos Santos Araújo, 35 anos, pelo crime de extorsão mediante sequestro contra o comerciante Bras Alves dos Santos. O caso aconteceu em 9 de junho de 2025, na BR-101, próximo a Santo Antônio de Jesus, e ganhou repercussão pela ligação de Aldenísia com outro crime brutal: ela é mãe de Júnior, acusado de matar a esposa Martinha e jogar o corpo na ponte do Funil, em Valença.
Planejamento do crime e tentativa de extorsão
De acordo com a denúncia apresentada pelo promotor João Manoel Santana Rodrigues, Aldenísia — companheira da vítima há cerca de 24 anos — teria planejado o sequestro após descobrir um suposto relacionamento extraconjugal do comerciante, visando obter vantagem financeira.
Aldenísia contratou Naiana, motorista de aplicativo, e outros dois homens ainda não identificados para executar o plano, oferecendo R$ 20 mil pela participação. O carro da vítima foi interceptado na rodovia por um Fiat Idea conduzido por Naiana, enquanto os comparsas armados assumiram a direção do veículo do comerciante, mantendo-o sob ameaça.
Durante o cativeiro, os sequestradores exigiram R$ 40 mil de resgate. Diante da negativa da vítima, levaram R$ 900, um celular e a CNH. Bras conseguiu escapar ao se jogar do carro próximo ao Batalhão da Polícia Militar em Santo Antônio de Jesus. Na fuga, o grupo bateu o carro em outro veículo e fugiu a pé.
Confissão e pedido de prisão preventiva
Segundo o MP, Aldenísia e Naiana confessaram participação no crime, embora tenham apresentado versões divergentes. Vídeos, dados de celulares e relatórios policiais confirmam a autoria e a materialidade do sequestro.
A denúncia aponta ainda que as acusadas tentaram obstruir as investigações, apagando provas e dificultando a identificação dos outros envolvidos. O MP solicitou à Justiça a conversão da prisão temporária das investigadas em prisão preventiva, alegando risco de intimidação de testemunhas, destruição de evidências e continuidade criminosa.
Crime de alta gravidade
“O crime é de extrema gravidade, cometido com arma de fogo, planejamento prévio e motivação financeira. A prisão preventiva é necessária para garantir a ordem pública e a aplicação da lei penal”, afirmou o promotor João Manoel Santana Rodrigues.
Aldenísia e Naiana responderão por extorsão mediante sequestro, crime previsto no artigo 159 do Código Penal, com pena que pode chegar a 15 anos de reclusão. Já foi decretada a prisão preventiva da mesma.